Observação: Iniciei esse texto para tratar a respeito de sistemática de avaliação aplicada na Escola Dominical. Implantamos na nossa Escola Dominical uma sistemática de avaliação, que têm sido aplicada com esmero pelo corpo docente. Somos gratos ao Senhor pelos frutos do empenho de cada um. Um dos resultados mais visíveis é que nossas crianças cresceram e hoje são jovens e continuam perseverando na fé. Realidade diferente de muitas igrejas que por negligenciarem a educação cristã, suas crianças ao crescerem, saem da igreja. Breve estarei publicando o restante do texto.
SISTEMÁTICA DE AVALIAÇÃO APLICADA A
ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
1.
Conceituando
avaliação
A EBD apesar de se diferenciar em muitos
aspectos das escolas convencionais, ela têm como principal elemento a construção
de um processo de ensino e aprendizagem assim como qualquer instituição
educativa, portanto, ela precisa estabelecer métodos avaliativos que
possibilitem o cumprimento do seu propósito, ou seja, o ensino da Palavra de
Deus. Como podemos saber se estamos sendo eficientes no ensino das Sagradas
Escrituras, se não tivermos mecanismos eficientes de averiguação do aprendizado
do aluno da escola dominical. No entanto, cabe ressaltar que a avaliação de conhecimento, constitui-se
em apenas um dos elementos inserido no processo de avaliação.
Para um maior entendimento do que representa a
avaliação no processo de ensino e aprendizagem, a importância que sua
aplicabilidade trás para um resultado satisfatório, faz-se necessário ter previamente
a compreensão conceitual
do que é o ensino.
A palavra “ensinar” vem do latim “insignare”
que significa “mostrar como fazer”, observe que a expressão denota ação, tanto
do educador como do educando, o aluno só aprende quando ele é ativo
em seu pensamento e quando ele é estimulado a pensar e a reagir, ou seja, ele se torna um descobridor por si mesmo. Ensinar
e aprender não é meramente transmitir e receber informações, mas, é a
realização e aquisição de mudanças de comportamentos, cognitivos, afetivos e
sociais. O apóstolo Paulo em sua carta aos Romanos capítulo 6 e verso 17 diz:
“Mas graças a Deus porque, outrora, escravos do pecado, contudo, vieste a obedecer de coração à forma de doutrina
a que fostes entregues”. Observa-se neste verso que a mensagem do Evangelho foi
direcionada ao intelecto, “a forma de ensino a que foste entregue”; ao
emocional, “obedecer de coração” e à vontade, ou seja, ao comportamento
daqueles que ouviram o ensinamento, “vieste a obedecer”, portanto, o ensino é
direcionado ao aluno como um todo, só podemos afirmar que houve aprendizagem se
as verdades ensinadas alcançaram a mente, o coração e a vontade do aluno.
Partindo
deste pressuposto podemos afirmar que a avaliação não se restringe ao ato de
averiguar a quantidade de informações
retidas pelo aluno. Talvez grande parte
dos docentes da escola dominical tenham a concepção de que a utilização das
atividades que veem nas revistas do aluno, por si só, constitui-se em processo
avaliativo, restringindo assim a concepção de avaliação a uma mera checagem de
informações absolvidas pelo aluno. Mas, o processo avaliativo constitui-se em
algo mais complexo e abrangente,
daquilo que se convencionou nas salas de aula.
A avaliação
é um processo contínuo e permanente no trabalho docente, que deve acompanhar
passo a passo o processo de ensino e aprendizagem, ela se dá no início, durante
e no final de cada período de estudos (trimestral ou quadrimestral). Através dela os resultados que vão sendo
obtidos no decorrer do trabalho conjunto do professor e dos alunos são comparados
com os objetivos propostos a fim de constatar progressos, dificuldades, e
reorientar o trabalho para as correções necessárias, daí a função diagnóstica
da avaliação: superar dificuldades e
corrigir falhas.
Sendo
assim, avaliar é compreender até que ponto o conhecimento transmitido tem
atuado de forma progressiva na mente e no coração do aluno de modo a resultar
mudanças, quais os elementos impeditivos na concretização destes resultados,
quais as medidas necessárias para eliminar os obstáculos e possibilitar o
alcance dos objetivos propostos. Partindo deste pressuposto, entendemos que
avaliar os resultados supõe também que exista uma metodologia adequada de
coleta de informações que, evidentemente, precisam ser objetivas, e que,
levando em conta os aspectos físicos e humanos de cada escola dominical devem
ser definidos, de modo a cumprir as ordenanças de Deus. “Ajuntai o povo, os
homens, as mulheres, os meninos e o estrangeiro que está dentro da vossa
cidade, para que ouçam, e aprendam, e temam o Senhor, vosso Deus, e cuidem de
cumprir todas as palavras desta lei; para que seus filhos que não a souberem
aprendam a temer o Senhor, vosso Deus...” (Dt. 31:12,13). “Ide, portanto, fazei
discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho
ordenado...” (Mt. 28:19.20).
Nosso
intuito é trazer uma proposta de sistematização do processo avaliativo para
nossas Escolas Bíblicas Dominicais, partindo da concepção de que o processo de
avaliação está vinculado ao processo de ensino-aprendizagem, e que ignorá-lo
constitui-se em fator determinante para o fracasso do ensino na escola
dominical. Não podemos ensinar sem nos preocuparmos se de fato nossos alunos
estão aprendendo, um professor que na sua prática docente, não utiliza nenhum
tido de mecanismo para averiguação da aprendizagem de seu aluno, demonstra
falta de compromisso no ministério do ensino. É melhor que não assuma tal
tarefa do que a faça de forma relaxada, pois um professor da EBD não ensina
simplesmente matéria, mas, ensina para a eternidade, um professor com
compromisso muda o curso da eternidade de uma criança, de um jovem ou de um
adulto, um professor sem compromisso com o ensino, está tirando de uma criança
a oportunidade da salvação. Isso é grave! Vejam o conselho do apóstolo Paulo
para o jovem Pastor Timóteo, no que concerne ao ensino. “Tem cuidado de ti
mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres; porque, fazendo assim, salvarás
tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes” (I Tm. 4:16).
A
implantação de uma sistemática de avaliação nas classes da escola dominical
inicia-se com a definição de seus critérios, o professor deve ter bem definido
quais os aspectos que serão avaliados, assim como o aluno precisa compreender
de forma objetiva no que está sendo avaliado. Antes de traçarmos estes
critérios, precisamos ter a compreensão do que é avalição, pois é a partir
desta conceituação que vislumbramos os critérios de avaliação para nossos
alunos. Assim sendo, tendo como base aquilo que já foi discorrido podemos
resumir o seguinte conceito – “Avaliar é compreender
até que ponto o conhecimento transmitido tem atuado de forma progressiva na
mente e no coração do aluno de modo a resultar mudanças, identificar quais os elementos impeditivos na concretização destes
resultados e definir quais as
medidas necessárias para eliminar os obstáculos e possibilitar o alcance dos
objetivos”.
Observa-se
três aspectos: checagem (averiguação),
diagnóstico e tomada de decisão. Assim sendo, compreendemos que primeiro obtemos
informações, estabelecemos dados, criamos instrumentos de verificação, atitudes
investigativas, para sabermos se houve aprendizagem, compreensão e consequentemente mudanças. A partir desses
dados haverá a possibilidade de identificarmos elementos que dificultam ou
impedem o alcance dos objetivos propostos. E, finalmente, tendo o professor
conhecimento das problemáticas relacionadas ao processo de ensino e
aprendizagem, possibilitará ao mesmo, a tomada de decisões e o encaminhamento
de medidas para solucioná-los, ou seja, superar dificuldades e corrigir falhas.
2. Estabelecendo critérios
Os critérios
a serem estabelecidos estão relacionados aos objetivos, o que em primeira
instância, portanto, deve ser avaliado, são os objetivos que previamente
foram estabelecidos. O que vamos
analisar está relacionado a primeira parte do nosso conceito de avaliação, ou
seja, “compreender até que ponto o conhecimento transmitido tem atuado de
forma progressiva na mente e no coração do aluno de modo a resultar mudanças”
2.1.
O que eu pretendo alcançar? Quais os
meus objetivos?
No processo de ensino a avaliação
sempre se justifica em função dos objetivos
previstos, os quais vão nortear o processo de ensino-aprendizagem, que
se define o que eu quero que meus alunos
saibam, sintam e façam. Os objetivos de uma lição constitui-se na base da
construção do conhecimento. É a partir deles, que o professor delineia todo seu
planejamento, portanto, o primeiro ponto a considerar na avaliação é o alcance
destes objetivos.
Apesar das revistas editadas para as escolas
dominicais, trazerem já definidos os objetivos para cada lição, é
imprescindível que cada professor faça uma adequação destes, levando em conta
as especificidades de sua classe, posto que, aquilo que é essencial para um
grupo de alunos, não será da mesma maneira essencial para outros. Sugiro que
estes objetivos tenham como fim responder as três questões já citadas
anteriormente.
Sendo assim, temos definido o primeiro
critério de avaliação que o professor deve basear-se no planejamento de sua
sistemática avaliativa.
2.1.1. Primeiro, o que
eu quero que meus alunos saibam, este está relacionado ao intelecto, a memória dos alunos,
quais as informações que desejo que fiquem retidas em suas mentes. Este, talvez
seja, o aspecto mais “fácil” de ser avaliado, tendo muitas possibilidades de
averiguação.
Um professor pode verificar o quanto seus
alunos assimilaram das verdades por ele apresentadas através de perguntas
orais, dinâmicas e brincadeiras, jogos educativos e testes escritos. Utilizo
todos, não numa única aula, posto que, isto é humanamente impossível, mas, a
variação traz mais dinamismo para as aulas, as tornam mais interessantes. As
atividades lúdicas por exemplo é um recurso didático muito eficiente,
principalmente nas classes infantis, possibilitam situações em que
haja uma interação maior entre os alunos e o professor numa aula diferente e
criativa, sem ser rotineira. Através das atividades lúdicas o aluno acaba sendo
desafiado a produzir e oferecer soluções às situações-problemas apresentadas
pelo professor através de jogos, brincadeiras e dinâmicas. Esse tipo de
atividade constitui-se numa excelente oportunidade do professor fazer um diagnóstico
da aprendizagem dos alunos, rever conceitos e projetar alvos.
Verificar o
quanto o aluno reteve daquilo que foi apresentado na aula, das informações que
lhes foram repassadas, pode ser feita de muitas maneiras, como já foi citado; inclusive,
também fazendo uso das atividades que são
oferecidas nas próprias revistas do aluno. Pretendo ressaltar aqui dois
aspectos, primeiro é que esta checagem, deve fazer parte do plano de aula de
cada domingo, ou seja, todos os domingos o professor deve usar alguns minutos
do seu tempo com seus alunos, utilizando-se de recursos variados para avaliar o
aprendizado, sendo que, também, todas as vezes que o professor avalia o quanto
seus alunos aprenderam, ele também estará avaliando, o quanto seu desempenho na
aula foi eficiente, portanto, neste aspecto o professor deve criar momentos de
averiguação do conhecimento, tornando-os dinâmicos e significativos e
principalmente parte da rotina da aula. O segundo aspecto é que quando se fala
de avaliação muitos autores falam da avaliação formativa e somativa, não
pretendo aprofundar-me nesta questão, mas esclarecer que esta checagem de
conhecimento ela pode ser feita das duas formas. Quando afirma-se que a
avaliação deve ser contínua, estou me referindo a avaliação formativa, ou seja,
todos os momentos de interação que ocorre na sala de aula, seja, através de atividades
dialogadas, escritas, dinâmicas, perguntas e questionamentos, está-se
garantindo a oportunidade de avaliar vários aspectos. Aqui o professor é um observador, é a partir
dessa observação que o professor fará “juízo de valores” quanto a evolução e
crescimento de seus alunos. A partir do momento que se resolve registrar,
valorar, alguns aspectos do aluno e seu aprendizado, temos aí o aspecto
somativo, que necessariamente não precisa ser numérico, pode ser conceitual, ou
seja, ao final de um programa de ensino define-se um conceito ou uma nota. Essa
é a forma convencional utilizada nas redes públicas de ensino ou instituições
educacionais. Na escola dominical de minha igreja incentivamos a aplicação
tanto da avaliação formativa, quanto da avaliação somativa, sendo que esta
última iremos falar mais adiante, trazendo algumas sugestões.
Ainda relacionado
ao aspecto cognitivo, ou seja, a memória do aluno, quero fazer referência a
memorização de versículos, uma prática tão importante, mas, que vem sendo
abandonada nas nossas escolas dominicais. A memorização de versículos deve ser
incentivada, precisamos incutir na mente de nossos alunos a Palavra de Deus,
mesmo que as vezes, eles não venham a compreender hoje na sua totalidade, mas,
o Espírito Santo poderá vir a esclarecer nas suas mentes futuramente. Não
podemos negligenciar o ensino das Sagradas Escrituras, mesmo porque, eles são
bombardeados diariamente com a filosofia do mundo, que é acima de tudo
anticristã, os desenhos animados, por exemplo, aparentemente inofensivos, são
os mais eficientes canais condutores desta filosofia maléfica, se vê claramente
o ateísmo, o misticismo, o ocultismo, o panteísmo na essência das animações,
seus heróis são autossuficientes, poderosos em si mesmo, quem são os heróis de
nossas crianças? Homem-aranha, Super-men, Bátima, ou é Jesus? Infelizmente,
crianças de nossas igrejas, falam, brincam e vestem esses personagens. Os pais
compram fantasias, máscaras e brinquedos destes personagens, eles assistem
repetidamente os mesmos desenhos, observa-se que nunca é menciona, ou se faz
alguma referência a Deus, em nenhum desenho animado. A mente de nossas crianças
devem estar saturadas com as Sagradas Escrituras, de modo que sejam blindados contra
a filosofia do mundo. “Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e
de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste e que, desde a infância,
sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em
Cristo Jesus.” (II Tm.3: 14 e 15)
Sam Doherty
em seu livro “Os princípios do Ensino” afirma que ao ensinar uma criança, as
lições não devem ser estudadas apenas uma vez, pois, o que for visto
repetidamente, se tornará parte do conhecimento de alguém, e será
permanentemente relembrado e utilizado. Ele, ainda, traz o seguinte relato de
Charles Spurgeon.
“Charles
Spurgeon contou a história de uma visita que ele fez quando menino ao seu avô
fazendeiro. Ele olhava seu avô trabalhar nos campos e estava especialmente
interessado em ver seu método de plantar ervilhas. Em cada buraco cavado na
terra, o avô colocava três ervilhas. Isso deixou o jovem Charles curioso, e
perguntou ao seu avô porque ele devia colocar três ervilhas em cada buraco,
quando esperava que apenas uma delas crescesse! Não era desperdício?
Seu avô
respondeu: __ Uma ervilha é para os pássaros; uma é para as minhocas e a
terceira irá crescer.
Quando
Charles Spurgeon falou aos seus professores de Escola Bíblica, ele aplicou esta
verdade a eles. Ele disse que eles precisavam semear verdades inúmeras vezes.
Uma “semente” pode ser removida pelos “pássaros do céu” Satanás atrapalha
constantemente as crianças de ouvirem e compreenderem a verdade de Deus. Uma
semente pode ser devorada por “minhocas”. A fragilidade da mente humana faz com
que ela vagueie e não aprenda o que acaba de ser apresentado. A terceira
semente é a verdade que é recebida, compreendida e que crescerá.”
Não
estou aqui defendendo que o professor têm que dar por vários domingos a mesma
lição, mas, o que quero ressaltar é a importância de estar revendo as verdades ensinadas
nas lições por várias vezes, desafiando nossos alunos a aplicarem em suas vidas
as verdades bíblicas. A prática constante de rever lições, possibilita ao
professor avaliar o quanto seu aluno tem compreendido daquilo que foi ensinado.
Sempre antes de iniciar uma nova lição eu sempre faço uma revisão da lição
anterior, e geralmente utilizo algumas atividades lúdicas para tornar esse
momento mais interessante. Listas de Verificação ou Lista de Checkagem
Temos aqui alguns modelos que foram utilizados nas nossas classes da EBD. Dependendo dos objetivos estabelecidos os professores definem os critérios a serem avaliados. Levando-se em conta também a faixa etária da turma.
Este modelo foi utilizado na classe do Jardim de Infância (4 e 5 anos). Correspondem a 16 lições, daí constarem dezesseis espaços. A professora definiu neste quadrimestre apenas três aspectos: a frequência, a participação dos alunos do decorrer das aulas e as tarefas de casa. De acordo com o resultado de cada domingo, o aluno recebe um carimbo no espaço, constando a data. Essas fichas são entregues aos responsáveis, juntamente com todos os trabalhinhos no dia do plantão pedagógico da EBD.
Esta ficha foi utilizada na classe dos juvenis (9, 10 e 11 anos). Observem que aqui a professora utilizou os critérios de acordo com os projetos que ela desenvolveu com a turma, além daqueles que é levado em conta nas nossas turmas como a frequência, as tarefas para casa, ela acrescentou leitura bíblica que é proposta pela própria revista, versículos para memorização e testes de conhecimento. Ela ainda estabeleceu para contar na avaliação do aluno o fato destes terem zelo com suas revistas e não deixarem de trazer suas Bíblias para a classe. E como nota extra a participação e desafio da semana. Todos esses critérios foram definidos a partir dos objetivos, assim como um diagnóstico prévio da turma.
Essas fichas foram utilizados na classe do maternal. Cada uma delas trás um aspecto a ser avaliado, nos espaços são coladas figuras (exemplo a ficha referente a frequência, é colado uma estrela). No final do quadrimestre, todas as fichas, assim como, os trabalhinhos ganham uma bonita capa e são entregues individualmente a cada aluno.
Temos aqui dois modelos de ficha individual de avaliação que foram utilizadas na classe dos adolescentes.
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