sábado, 9 de novembro de 2013

O ensino eficiente exige avaliação contínua e permanente.



Introdução
Os princípios de ensino são similares para um professor de uma escola regular e um professor de Escola Dominical. Entretanto, há duas diferenças básicas. Em primeiro lugar, o propósito do professor da escola regular é simplesmente transmitir conhecimento. O propósito do professor da Escola Dominical é apresentar seus alunos à Pessoa Viva e com isso gerar mudanças de vida. O professor da escola regular trabalha puramente por meios naturais. O professor da Escola Dominical depende de ajuda divina e sobrenatural.
Nisso consiste os princípios do ensino cristão; ensinar para a eternidade, influenciar crianças, jovens e adultos a viverem para o Senhor. “um professor muda o curso da eternidade” escreveu Henry Adams em sua autobiografia, “ele (ou ela) é incapaz de dizer onde sua influência termina”.
1.   O que é Ensinar?
No Antigo Testamento a principal palavra para designar “ensinar” é LAMATH que algumas vezes é traduzido como “ensinar” e, outras como “aprender”. De acordo com os entendidos de hebraico, não significa “um mero despejar de fatos e informações sobre um determinado assunto”, mas, “estimular o aluno a ser capaz de imitar ou de aplicar na vida prática o que ele acaba de saber”.
O professor eficiente compreende que seu ensino deve focar o aluno como um todo, sua mente, primeiramente, e através dela, seu coração (ou emoções), e depois sua vontade.
Mas graças a Deus porque, outrora, escravos do pecado, contudo, viestes a obedecer (com vontade) de coração à forma de doutrina a que foste entregues (dada ou confiada a)”(Romanos 6:17)
2.  O que é Avaliação?
Avaliar vem do latim a + valere, que significa atribuir valor e mérito ao objeto em estudo. Portanto, avaliar é atribuir um juízo de valor sobre a propriedade de um processo para a aferição da qualidade do seu resultado.
2.1 Uma dimensão MACRO.
A avaliação da Escola Dominical como um todo visa diagnosticar sua organização, programações, relações, decisões e resultados de seus planos e projetos, desenvolvidos pelos sujeitos, neste caso específico, todos aqueles que atuam direta e indiretamente nos cultos matinais de domingo. Envolve todas as atividades e instâncias da EBD, possibilitando um auto-retrato (auto-conhecimento) da própria igreja.
Este com certeza é um processo complexo, mas, de extrema importância para o crescimento da obra, e, para que funcione, deve ser contínuo e sistemático, ou seja,  fazer parte da rotina, envolvendo atores internos e externos, buscando produzir subsídios para a melhoria e aperfeiçoamento da qualidade da escola dominical
2.2 Uma dimensão MESO.
“Se o professor deseja evoluir, a avaliação é fundamental. O auto-exame e a auto-crítica são evidências saudáveis de um professor em progresso, contanto que conduzam ao desenvolvimento e o fortalecimento de seu ministério e não ao desencorajamento” (Sam Doherty).
                Deve existir no coração de cada professor o desejo de dar sempre seu melhor. O professor nunca está satisfeito, nem acha que sabe tudo. Ele sempre quer fazer melhor. Mas o progresso e a melhora deste tipo dependem de um auto-exame e uma auto-crítica contínuos.
ü  Onde foi que eu errei?
ü  Por que eles não me ouvem?
ü  Como posso estimular a atenção?
ü  Por que não fazem o que ensinei?

Algumas sugestões para uma auto-avaliação eficiente:
1.       Ouça a si mesma:
Se você deseja avaliar a si mesma, faça algumas perguntas:
·         Será que fui organizado(a)?
·         Será que minha lição se relacionou com o interesse diário de meu aluno?
·         Como meu aluno reagiu às minhas perguntas?
·         Como eu reagi às dele.
·         Será que falei demais?
·         Será que minha lição foi apresentada de maneira agradável?
·         Será que fui simples e compreensível?
·         Será que a Bíblia foi sempre o centro da aula?
2.       Ouça seu aluno:
Você pode aprender muito a respeito de seu ensino, através de perguntas ao seu aluno durante a lição e enquanto você ensina.
Um bom professor, através de perguntas inteligentes e bem preparadas feitas periodicamente ao seu aluno, é capaz de dimensionar o quanto o aluno entendeu do que foi ensinado. Perguntas desse tipo não visam apenas a participação do aluno, mas também a avaliação do professor.
O professor que fala o tempo todo e não busca esse tipo de participação, encontrará dificuldade  para saber o quanto seu aluno entendeu.
3.       Observe seu aluno:
Após ensinar uma verdade e sua aplicação como forma de avaliação, é interessante observar o aluno para ver se ele coloca em prática o que aprendeu.
Entretanto, você precisa ser cauteloso com relação a esse tipo de observação, o seu ministério é espiritual e a eficiência de seu ensino não pode ser mensurada apenas por resultados, você pode ter ensinado uma verdade à seu aluno de forma primorosa e este ter compreendido, mas uma resistência e uma dureza de coração pode impedir que ele aplique a verdade em sua vida.
4.       Convide pessoas para comentar sua aula

2.3 Uma dimensão MICRO

A avaliação de aprendizagem representa o conjunto de elementos imprescindíveis a verificação do aprendizado efetivamente realizado pelo aluno ao mesmo tempo que fornecem subsídios ao trabalho docente.
O que vou avaliar está diretamente ligado aos objetivos determinados para aquela ou aquelas lições. Mas, quais são os objetivos gerais que devo traçar ao ensinar uma lição? A Bíblia responde em Romanos 6.17, (referência já citada em tópico anterior). Vamos relembrar:
1.     Paulo fala da “forma de ensino que lhes foi transmitida” o primeiro objetivo está relacionado à transmissão do ensino da Palavra de Deus, que deve ser de forma clara e inteligível, são os objetivos de conhecimento, o alvo é o intelecto do aluno.
Avaliação:
·         Os objetivos de conhecimento foram atingidos?
Meu aluno compreende melhor a Palavra de Deus?

2.     Paulo diz “obedecer de coração” o segundo objetivo está relacionado ao sentimento do aluno, a verdade ensinada tocou ao coração do aluno de modo que ele deseja se desviar do mau, são os objetivos de sentir, o alvo são suas emoções.
Avaliação:
·         Os objetivos de sentir foram alcançados?
Meu aluno foi tocado de modo que deseja fazer o bem?

3.     Paulo enfatiza que eles obedeceram o que ouviram o terceiro objetivo está relacionado as atitudes do aluno, sua reação diante do ensino de uma Verdade espiritual, são os objetivos de decisão, o alvo são suas ações
Avaliação
·         Os objetivos de decisão foram alcançados?
Meu aluno têm aplicado as verdades espirituais através de suas atitudes?

3.Funções da avaliação de aprendizagem
4.1  – Função diagnóstica:
Também é chamada de avaliação inicial, tem como objetivo obter informações sobre as necessidades educacionais levando em conta aspectos sociais, intelectuais e espirituais. É uma pré-avaliação que têm por objetivo adaptar as características do ensino às necessidades dos alunos.

4.2  – Função formativa:
Também é chamada de contínua, a avaliação compreende um processo ininterrupto, sistematizado e com emprego de métodos apropriados para avaliar o aluno. Abrange tanto o aprendizado do aluno como o trabalho do professor (feedback), possibilita ao professor detectar deficiências na forma de ensinar, levando-o a reformulações no seu trabalho didático e ao aluno conhecer seus erros e acertos, dando-lhe maior estímulo para um estudo sistemático dos conteúdos.
4.3  – Função somativa:
Também chamada de “final” ou “classificatória”, é realizada ao final de um programa de ensino, afim de estabelecer ou definir um conceito ou nota. Corresponde a um balanço final, a uma visão do conjunto, a um todo sobre o qual, até aí, só haviam sido feito juízes parcelares.
4.   Como apresentar os resultados
           Observar, anotar, expor, envolver todos os alunos, fazer uma avaliação precisa e abrangente. E agora, o que fazer com os resultados? A avaliação interessa a quatro públicos:
4.1.  - Ao aluno que têm o direito de conhecer o próprio processo de aprendizagem para que a partir do resultado se empenhe na superação de suas dificuldades;
4.2.  - Aos pais que por serem os principais responsáveis pela educação cristã dos filhos devem ser os maiores incentivadores e estimuladores da participação e atuação dos filhos nas atividades da EBD.
4.3.  - Ao professor que precisa constantemente avaliar a própria prática de sala de aula.
4.4.  - A igreja e sua liderança que deve ser atuante no ensino da Palavra de Deus, sendo este o único meio de salvação, crescimento e  frutificação dos seus membros.
SUGESTÃO: reunião de pais e mestre

Conclusão
Como foi explicitado na introdução, o professor da Escola Dominical depende de ajuda Divina e sobrenatural para o ensinamento. E é sobre a ajuda Divina e sobrenatural que precisamos pensar. O Espírito Santo é a fonte de todo o ensino eficiente. Não há compreensão espiritual real da Palavra de Deus sem Ele. Ele não é apenas o Autor das Escrituras, mas também Seu intérprete. Toda compreensão verdadeira vem Dele “Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado...”(João 16.8). Porém a obra iluminadora do Espírito Santo em nosso ensino não é automático. Não há nada na Bíblia que nos encoraje a crer que precisamos apenas ensinar e o Espírito Santo fará o resto.
A Bíblia enfatiza que temos responsabilidades que precisam ser cumpridas para que vejamos o Espírito Santo atuando e para que sejamos professores eficientes. Enquanto nos preparamos para atuar, precisamos ver a responsabilidade mais importante de todas que é ser homens e mulheres de oração.
“os pregadores que obtém resultados poderosos para Deus são os homens que prevalecem em seus pedidos junto a Deus antes de se arriscarem em seus pedidos junto aos homens” (E. M. Bounds)   

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