Introdução
Os princípios
de ensino são similares para um professor de uma escola regular e um professor
de Escola Dominical. Entretanto, há duas diferenças básicas. Em primeiro lugar,
o propósito do professor da escola regular é simplesmente transmitir
conhecimento. O propósito do professor da Escola Dominical é apresentar seus
alunos à Pessoa Viva e com isso gerar mudanças de vida. O professor da escola
regular trabalha puramente por meios naturais. O professor da Escola Dominical
depende de ajuda divina e sobrenatural.
Nisso consiste
os princípios do ensino cristão; ensinar para a eternidade, influenciar
crianças, jovens e adultos a viverem para o Senhor. “um professor muda o curso
da eternidade” escreveu Henry Adams em sua autobiografia, “ele (ou ela) é
incapaz de dizer onde sua influência termina”.
1. O que é Ensinar?
No Antigo
Testamento a principal palavra para designar “ensinar” é LAMATH que algumas vezes é traduzido como “ensinar” e, outras como
“aprender”. De acordo com os entendidos de hebraico, não significa “um mero
despejar de fatos e informações sobre um determinado assunto”, mas, “estimular
o aluno a ser capaz de imitar ou de aplicar na vida prática o que ele acaba de
saber”.
O professor
eficiente compreende que seu ensino deve focar o aluno como um todo, sua mente,
primeiramente, e através dela, seu coração (ou emoções), e depois sua vontade.
“Mas graças a Deus porque, outrora, escravos
do pecado, contudo, viestes a obedecer
(com vontade) de coração à forma de doutrina
a que foste entregues (dada ou confiada a)”(Romanos 6:17)
2. O que é Avaliação?
Avaliar vem do
latim a + valere, que significa atribuir valor e mérito ao objeto em estudo.
Portanto, avaliar é atribuir um juízo de valor sobre a propriedade de um
processo para a aferição da qualidade do seu resultado.
2.1 Uma dimensão MACRO.
A avaliação da
Escola Dominical como um todo visa diagnosticar sua organização, programações,
relações, decisões e resultados de seus planos e projetos, desenvolvidos pelos
sujeitos, neste caso específico, todos aqueles que atuam direta e indiretamente
nos cultos matinais de domingo. Envolve todas as atividades e instâncias da
EBD, possibilitando um auto-retrato (auto-conhecimento) da própria igreja.
Este com
certeza é um processo complexo, mas, de extrema importância para o crescimento
da obra, e, para que funcione, deve ser contínuo e sistemático, ou seja, fazer parte da rotina, envolvendo atores
internos e externos, buscando produzir subsídios para a melhoria e
aperfeiçoamento da qualidade da escola dominical
2.2 Uma
dimensão MESO.
“Se o professor deseja evoluir, a avaliação é fundamental. O auto-exame
e a auto-crítica são evidências saudáveis de um professor em progresso,
contanto que conduzam ao desenvolvimento e o fortalecimento de seu ministério e
não ao desencorajamento” (Sam Doherty).
Deve existir
no coração de cada professor o desejo de dar sempre seu melhor. O professor
nunca está satisfeito, nem acha que sabe tudo. Ele sempre quer fazer melhor.
Mas o progresso e a melhora deste tipo dependem de um auto-exame e uma
auto-crítica contínuos.
ü Onde
foi que eu errei?
ü Por
que eles não me ouvem?
ü Como
posso estimular a atenção?
ü Por
que não fazem o que ensinei?
Algumas
sugestões para uma auto-avaliação eficiente:
1.
Ouça
a si mesma:
Se você deseja
avaliar a si mesma, faça algumas perguntas:
·
Será que fui organizado(a)?
·
Será que minha lição se relacionou com o
interesse diário de meu aluno?
·
Como meu aluno reagiu às minhas perguntas?
·
Como eu reagi às dele.
·
Será que falei demais?
·
Será que minha lição foi apresentada de maneira
agradável?
·
Será que fui simples e compreensível?
·
Será que a Bíblia foi sempre o centro da aula?
2.
Ouça
seu aluno:
Você pode aprender muito a respeito de
seu ensino, através de perguntas ao seu aluno durante a lição e enquanto você
ensina.
Um bom professor, através de perguntas
inteligentes e bem preparadas feitas periodicamente ao seu aluno, é capaz de
dimensionar o quanto o aluno entendeu do que foi ensinado. Perguntas desse tipo
não visam apenas a participação do aluno, mas também a avaliação do professor.
O professor que fala o tempo todo e não
busca esse tipo de participação, encontrará dificuldade para saber o quanto seu aluno entendeu.
3.
Observe
seu aluno:
Após ensinar uma verdade e sua aplicação
como forma de avaliação, é interessante observar o aluno para ver se ele coloca
em prática o que aprendeu.
Entretanto, você precisa ser cauteloso
com relação a esse tipo de observação, o seu ministério é espiritual e a
eficiência de seu ensino não pode ser mensurada apenas por resultados, você
pode ter ensinado uma verdade à seu aluno de forma primorosa e este ter
compreendido, mas uma resistência e uma dureza de coração pode impedir que ele
aplique a verdade em sua vida.
4.
Convide
pessoas para comentar sua aula
2.3 Uma
dimensão MICRO
A
avaliação de aprendizagem representa
o conjunto de elementos imprescindíveis a verificação do aprendizado
efetivamente realizado pelo aluno ao mesmo tempo que fornecem subsídios ao
trabalho docente.
O
que vou avaliar está diretamente ligado aos objetivos determinados para aquela
ou aquelas lições. Mas, quais são os objetivos gerais que devo traçar ao
ensinar uma lição? A Bíblia responde em
Romanos 6.17, (referência já citada em tópico anterior). Vamos relembrar:
1. Paulo fala da “forma de ensino que lhes foi transmitida” o primeiro objetivo está
relacionado à transmissão do ensino da Palavra de Deus, que deve ser de forma
clara e inteligível, são os objetivos de
conhecimento, o alvo é o intelecto do aluno.
Avaliação:
·
Os objetivos de
conhecimento foram atingidos?
Meu aluno
compreende melhor a Palavra de Deus?
2. Paulo diz “obedecer de coração” o segundo objetivo está
relacionado ao sentimento do aluno, a verdade ensinada tocou ao coração do
aluno de modo que ele deseja se desviar do mau, são os objetivos de sentir, o alvo são suas emoções.
Avaliação:
·
Os
objetivos de sentir foram alcançados?
Meu
aluno foi tocado de modo que deseja fazer o bem?
3. Paulo enfatiza que eles obedeceram o que ouviram o terceiro
objetivo está relacionado as atitudes do aluno, sua reação diante do ensino de
uma Verdade espiritual, são os objetivos
de decisão, o alvo são suas ações
Avaliação
·
Os
objetivos de decisão foram alcançados?
Meu aluno têm aplicado as verdades espirituais através de
suas atitudes?
3.Funções da avaliação de aprendizagem
4.1 – Função diagnóstica:
Também
é chamada de avaliação inicial, tem como objetivo obter informações sobre as
necessidades educacionais levando em conta aspectos sociais, intelectuais e
espirituais. É uma pré-avaliação que têm por objetivo adaptar as
características do ensino às necessidades dos alunos.
4.2 – Função formativa:
Também
é chamada de contínua, a avaliação compreende um processo ininterrupto,
sistematizado e com emprego de métodos apropriados para avaliar o aluno.
Abrange tanto o aprendizado do aluno como o trabalho do professor (feedback),
possibilita ao professor detectar deficiências na forma de ensinar, levando-o a
reformulações no seu trabalho didático e ao aluno conhecer seus erros e
acertos, dando-lhe maior estímulo para um estudo sistemático dos conteúdos.
4.3 – Função somativa:
Também chamada de “final” ou “classificatória”,
é realizada ao final de um programa de ensino, afim de estabelecer ou definir
um conceito ou nota. Corresponde a um balanço final, a uma visão do conjunto, a
um todo sobre o qual, até aí, só haviam sido feito juízes parcelares.
4. Como apresentar os resultados
Observar, anotar, expor, envolver todos os
alunos, fazer uma avaliação precisa e abrangente. E agora, o que fazer com os
resultados? A avaliação interessa a quatro públicos:
4.1. - Ao aluno que têm o direito de conhecer o
próprio processo de aprendizagem para que a partir do resultado se empenhe na
superação de suas dificuldades;
4.2. - Aos pais que por serem os principais
responsáveis pela educação cristã dos filhos devem ser os maiores incentivadores
e estimuladores da participação e atuação dos filhos nas atividades da EBD.
4.3. - Ao professor que precisa constantemente
avaliar a própria prática de sala de aula.
4.4. - A igreja e sua liderança que deve ser
atuante no ensino da Palavra de Deus, sendo este o único meio de salvação, crescimento
e frutificação dos seus membros.
SUGESTÃO: reunião de pais e mestre
Conclusão
Como foi explicitado na introdução, o
professor da Escola Dominical depende de ajuda Divina e sobrenatural para o
ensinamento. E é sobre a ajuda Divina e sobrenatural que precisamos pensar. O
Espírito Santo é a fonte de todo o ensino eficiente. Não há compreensão
espiritual real da Palavra de Deus sem Ele. Ele não é apenas o Autor das Escrituras,
mas também Seu intérprete. Toda compreensão verdadeira vem Dele “Quando ele
vier, convencerá o mundo do pecado...”(João 16.8). Porém a obra iluminadora do
Espírito Santo em nosso ensino não é automático. Não há nada na Bíblia que nos
encoraje a crer que precisamos apenas ensinar e o Espírito Santo fará o resto.
A Bíblia enfatiza que temos responsabilidades
que precisam ser cumpridas para que vejamos o Espírito Santo atuando e para que
sejamos professores eficientes. Enquanto nos preparamos para atuar, precisamos
ver a responsabilidade mais importante de todas que é ser homens e mulheres de oração.
“os
pregadores que obtém resultados poderosos para Deus são os homens que
prevalecem em seus pedidos junto a Deus antes de se arriscarem em seus pedidos
junto aos homens” (E. M. Bounds)
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